A cultura da mandioca é de importância fundamental na mesa do brasileiro, além de muito utilizada na indústria e principalmente na alimentação animal
A cultura da mandioca é de importância fundamental na mesa do brasileiro, além de muito utilizada na indústria e principalmente na alimentação animal.
A cultura da mandioca, aipim ou macaxeira tem sua origem provável nas regiões centrais do Brasil e já eram cultivadas pelos indígenas muito antes da colonização. Seu uso é extenso: em primeiro lugar, para a alimentação animal; em segundo, na indústria (onde são produzidos os mais diversos derivados da mandioca) para a alimentação humana, além do seu consumo "in natura". A mandioca é considerada uma cultura de fácil desenvolvimento e condução, sendo amplamente utilizada na agricultura familiar em quase todos os cantos do nosso país.
Somos o segundo maior produtor de mandioca do mundo, em torno de 13% , e temos uma produção anual de cerca de 23 milhões de toneladas por ano, sendo uma das principais culturas do país. Os Estados que mais produzem mandioca são: Pará -18% , Bahia - 17%, Paraná -15%, Rio Grande do Sul - 6% e Amazonas - 5%. Dentre as regiões maiores produtoras, destacam-se a Nordeste (35%) e a Norte (24%), mas que apresentam baixas produtividades, em torno de 11 ton/ha. Os maiores consumidores do país também são dessas regiões, na forma de farinha de mandioca. Já as maiores produtividades concentram-se nas regiões Sudeste e Sul, com médias que variam entre 17 e 18 ton/ha, destinadas em sua maior parte para a indústria.
As mandiocas são divididas em dois tipos: "mansas" e "bravas", conforme o nível de toxidez causado pelo ácido cianídrico (HCN) existente em suas raízes. As "mansas" são utilizadas para a alimentação humana "in natura" e suas características para uso na culinária e resistência a pragas e doenças devem ser levadas em consideração. As mandiocas "bravas" têm alta concentração de HCN, em suas raízes, e são destinadas principalmente à indústria, para a fabricação de farinhas e féculas, para alimentação humana. Além de seus subprodutos utilizados nas indústrias de alimentos embutidos, embalagens, colas, alimentação, têxtil e outras. Alguns exemplos de variedades de mandioca: Bahiana, Guaxupé, Cacau (amarela), IAC Jaçanã, IAC Mantiqueira e outras. Uma das preferidas para o consumo em mesa é a mandioca Cacau, devido à coloração, ao sabor e à consistência ao ser cozida.
De acordo com seu ciclo de produção, a mandioca pode ser dividida em precoce, média e tardia.
Condições de cultivo
A mandioca pode ser amplamente cultivada, em termos de solos e clima. A amplitude térmica ideal varia de 10 a 40°C. Ela só não suporta geadas. Os tipos de solos podem ser bem variados, até solos levemente ácidos. Devem ser feitas correções com calcário, em caso de acidez mais alta, e adubação de acordo com a análise de solo. Da mesma forma, devem ser feitas a adubação de plantio e de cobertura que ocorrerão entre o 40 a 60 dias do início da cultura. O preparo do solo deve ser feito de maneira mínima para que a planta tenha um bom desenvolvimento radicular. Para o plantio, são feitos sulcos onde se depositam as "manivas". A época de plantio geralmente é no início do período chuvoso, no Centro-Sul, no mês de outubro, pois essa raiz necessita de 1000 a 1500 mm de água para completar seu ciclo.
Manivas e plantio
As ramas da mandioca darão origem às manivas que serão plantadas no campo. Devem ser selecionadas ramas de plantas com características de alta produção e sanidade. Estas devem estar maduras, entre 8 a 12 meses de idade. As ramas são cortadas em manivas que terão em torno de 20 cm, de 5 a 7 gemas, e retiradas dos terços médio e inferior das ramas. Geralmente, 5 m³ de ramas rendem em torno de 1 ha de plantio.
Como já citado, são feitos sulcos de plantio onde são depositadas as manivas na horizontal. Em caso de solos muito argilosos, são feitos camaleões, onde são plantadas as mudas de mandioca, além do plantio em covas. Os espaçamentos mais comuns, utilizados na cultura, estão entre 1,00 a 1,20 m, entre fileiras, para 0,5 a 0,8 m entre plantas.
Tratos culturais
É preciso manter a cultura "no limpo" nos primeiros 100 dias de cultivo da mandioca. O mais comum nas pequenas propriedades é fazer a capina com enxada. Em cultivos maiores, podem ser feitas aplicações de herbicidas, com a devida orientação do engenheiro agrônomo, além do receituário agronômico.
A cultura da mandioca, apesar de ser bem rústica, é susceptível a algumas pragas e doenças, que devem ser prevenidas e diagnosticadas em caso de ataque,para o devido tratamento. A praga mais comum é o mandarová, já a doença é a bacteriose.
Em época muito seca, durante o ciclo, deve-se proceder à irrigação como medida para não faltar água por período demasiadamente longo.
Colheita
A colheita da cultura da mandioca se faz com a idade de 10 a 20 meses. Em plantios comerciais, deve-se cultivar plantas com ciclos diferentes, para aumentar o tempo de colheita, ou quando do seu início, ser contínua. Após a colheita da mandioca, as raízes devem ser comercializadas e consumidas, no máximo, de 48 a 72 horas, devido a transformações químicas, que causam depreciação de qualidade.
Ao redor dos séculos, a cultura da mandioca vem mostrando ser uma importante fonte de alimentação e tradição para a confecção e o acompanhamento dos mais variados pratos. A sua utilização na alimentação animal é alta, em torno de 50% da produção, e sua utilização na indústria é fundamental em variados setores.
Fonte: https://www.portalagropecuario.com.br/agricultura/cultura-da-mandioca-aprenda-sobre-sua-importancia-e-como-cultiva-la